A Emater Regional divulgou balanço parcial da safra, nesta quinta-feira, em que já estima um prejuízo de 13% na produção de soja na região. Além disso, as chuvas da semana passada foram muito irregulares e insuficientes para amenizar a estiagem. Nem chegou a chover em Júlio de Castilhos, e desde o dia 1º, só choveu 2 milímetros.Enquanto isso, na semana passada, choveu apenas 2 milímetros em cidades como Cacequi, Formigueiro e Restinga Sêca. Em outras, a precipitação variou de 6 a 35 milímetros. O maior volume de chuvas foi em Pinhal Grande (veja quadro).
A quantidade de chuva ainda é muito abaixo da necessidade das lavouras. Segundo a Emater Regional, é difícil avaliar o percentual de prejuízo na soja, pois boa parte das lavouras está em fase de crescimento. Porém, já é possível estimar que as perdas atingem, pelo menos, 13% da produtividade da soja na região.
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No caso das lavouras de arroz, ainda não há estimativa de perdas, mas a falta de água já preocupa produtores que dependem de rios e arroios para irrigar as plantações. Já no caso do milho, o prejuízo ultrapassa 50%. Em levantamento da semana anterior, os prejuízos em 35 cidades da região já ultrapassavam a casa de R$ 1,2 bilhão, devendo crescer ainda mais.seguroSegundo a Emater Regional, desde dezembro, já foram feitos 175 pedidos de vistoria de perdas para agricultores receberem o seguro agrícola em 35 cidades da região. Em toda a safra passada, tinham sido 1,8 mil pedidos.
CIDADEChuva na semana passada (mm)Chuva em janeiro (mm)Agudo616Dona Francisca516Formigueiro29Jaguari2020Júlio de Castilhos02Nova Palma1616Pinhal Grande3551Restinga Sêca241Santa Maria3030Santiago1515São Francisco de Assis1020São Pedro do Sul2828São Vicente do Sul1028Silveira Martins2853Tupanciretã1338
Além da soja e do arroz, outras culturas e a pecuária acumulam perdas devido à estiagem. No caso da produção leiteira, são 100 mil litros por dia que deixam de ser produzidos na região, o que equivale a uma perda de mais de R$ 200 mil de receita diária. As pastagens para gado de corte também são afetadas pela seca, aumentando os gastos com suplementação de alimentos.
No caso das hortaliças, já há uma redução de produção de alface e rúcula, aumentando os preços ao consumidor.
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Em São Francisco de Assis, tradicional na produção de melancia, com 450 hectares plantados, os frutos apresentam queimaduras, devido à alta temperatura, e houve abortamento de flores bem como frutos de tamanho reduzido, gerando prejuízos que chegam a 50% da renda inicialmente prevista pelos produtores. Com isso, já há pedidos de seguro do Proagro nas lavouras financiadas. A comercialização está em alta, com preços ficando entre R$ 0,60 a R$ 1,10 o quilo de melancia, porém com a produtividade abaixo do esperado.Em Cachoeira do Sul, os produtores de oliveiras e noz pecã estão tendo de irrigar as florestas, mas enfrentam dificuldades porque os reservatórios estão abaixo de suas capacidades de armazenamento.